Terminei este fim de semana uma turma de Rave Cartography, um curso ainda orientado para o autoconhecimento, onde durante 3 meses há uma imersão profunda para desconstrução do tanto que somos condicionados a ser, e com muita informação para que saibamos viver no mundo como nós mesmos, em interação com os outros e com a humildade de aprendermos em cada dia.
Esta turma foi diferente de todas as outras pelo número de participantes, mais uma experiência onde a autoridade interna do meu ser me fez aceitar tal desafio, mesmo tendo a minha mente a dizer-me que seria demasiado exigente para mim. E como sempre a claridade emocional estava certa, e foi uma experiência incrível! Obrigada a todos (emoji coração).
No âmbito desta formação há um trabalho de casa onde os alunos escrevem testemunhos da sua vida de como na prática vão ganhando consciência de como é viver o seu ser em verdade e não em função do que tinham sido levados a acreditar, ou a ver em si o que não existia. E uma das alunas começou o seu texto com a frase incrível “ a miopia do eu”!
E logo me remeteu para o livro do Saramago, O ensaio sobre a cegueira, um livro tão duro, mas tão profundo, sobre a natureza humana. Neste livro ele desabafa – “Porque foi que cegamos, Não sei, Talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegamos, penso que estamos cegos, cegos que veem, cegos que vendo, não veem”
Quanto mais estudo Human Design e a evolução que a humanidade está e vai continuar a ter, mais “vejo” o quão importante é não vivermos na ilusão visual do mundo, e sim no potencial da frequência e alinhamento com a nossa essência. E como diz no livro “O Principezinho” – Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos. O essencial é invisível aos olhos.
Como otimista que sou, continuo a ver o mundo com lentes cor-de-rosa, e sinto que esta fase de dispersão do foco no que é apenas esteticamente “belo” e ofusca a verdade, e em que se procura o que dá nome, título, fama, posse, está a chegar ao fim.
Este é o momento de vermos a nossa humanidade, focados na essência individual e em que a auto estima já não seja o aspeto físico, o sucesso profissional, o número de seguidores, o saldo da conta bancária, mas sim a consciência do nosso potencial e no serviço ao outro/todo.
Outra aluna, já em turma de profissionalização, afirmou que mesmo tendo a conta bancária tão pobre, nunca se tinha sentido tão rica e feliz. O que antes significava segurança, agora já sabemos que não é seguro.
Num podcast internacional, a Lynda Bunnell, Diretora da International Human Design School e minha professora, referiu o quão importante foi para ela ter ouvido os testemunhos das pessoas que vivem de acordo com o Human Design quando veio a Porto para o lançamento do Livro Definitivo em Português.
E assim deixo aqui também o meu testemunho, porque esta sonhadora nunca imaginou que este sonho não sonhado se tornasse realidade – ver tantos seres a florescerem, tornarem-se cada dia mais belos, numa beleza genuína.
Aproveitem o Verão, o calor, o mar, a natureza e alimentem-se bem, de prana e ternura.
Com amor,
Idalina Fernandes

As pessoas, a vida, a natureza, a música, a escrita e tanto mais que me fascina não cabem em palavras, mas estas permitem-me partilhar algo da minha experiência pessoal e do que tenho aprendido com cada um de vós.