Em nome do amor….falemos de amor “romântico”

O amor “romântico” é um tema que geralmente ocupa uma grande parte da energia do Ser Humano.

Nas minhas consultas e formações identifico claramente o quanto a relação “dita amorosa” se torna o foco, preocupação, seja pelos problemas que a mesma traz à vida de quem está numa relação, seja pelo facto de quem não está numa relação amorosa se sentir incompleto, muitas vezes não porque na verdade sinta essa real falta de alguém na sua vida, mas sim porque a sociedade decidiu que só quem está numa relação é que pode ser feliz.

E se eu vos disser que a maioria da humanidade não tem características na sua essência para estar numa relação? Algo difícil de explicar neste tipo de artigo pela sua complexidade, mas verdadeiro.

Que aquilo a que chamamos “química” quando dois seres se apaixonam na maioria das vezes não é mais do que uma mecânica para cumprir a necessidade básica dos genes para garantir a continuidade da espécie? E como os genes procuram o oposto, aquilo que primeiro atrai pela diferença é o que depois afasta e transforma grande parte das relações em tortura..

Porque aquilo que na verdade traz o conforto é o semelhante e não o oposto..

É como o princípio da Similitude na Homeopatia, curar o igual com igual e não combater com o oposto, como faz a medicina alopática que para curar uma disfunção ou desequilíbrio num determinado orgão, por exemplo, vai causar destruição no todo do organismo.

Quando dois seres opostos estão numa relação, o que existe é condicionalismo, é uma tentativa de moldar o outro a si mesmo e não adaptação real.

A essência do ser não muda, e as adaptações são “socialmente” orientadas e não verdadeiras e isto torna-se tão violento que leva a sofrimento (físico, emocional,..).

E onde fica a Verdade Emocional de cada um, seja primeiro para consigo mesmo, seja para com o parceiro? E quantos seres são capazes de realmente dizer o que sentem e não fogem ao confronto, anulando a sua essência em nome duma harmonia que desta só tem o nome sem se entender o significado?

E muitas vezes, o que leva a essa necessidade de “ter alguém” é  o medo, muitas vezes inconsciente, de não ser capaz de sobreviver no mundo material e que impede o ser humano de realmente ouvir a sua intuição para seleccionar os “aliados”certos para levar a relações de interdependência e não de co-dependência, como referi no meu primeiro artigo.

E na base destes dois aspectos que referi, o medo de não procriar e de não ser capaz de ter o dinheiro suficiente, está o medo de falhar, do fracasso.

O verdadeiro sucesso só existe quando este não é medido por padrões de sucesso e fracasso determinados por uma sociedade homogeneizada em que todos têm de cumprir uma lista de requisitos para “ser feliz”: ter um curso, um emprego de preferência fixo, ter uma casa, ter filhos, uma carrinha, um cão e fazer uma poupança reforma o mais cedo possível. E depois surgem as crises dos 40 ou 50….

E a felicidade só é possível quando existe um nível de “egoísmo” saudável que nos faça cumprir o que Jesus, Buda e outros Seres verdadeiramente iluminados tentaram ensinar à Humanidade: Ama-te a ti mesmo! E só aí vamos cumprir o próximo passo da evolução do ser humano que é tocar o colectivo pelo nosso exemplo de força individual e não ficar fechados em tribos disfuncionais que não potenciam o desenvolvimento pessoal respeitando a tal diferença mas que funcionam como muletas que tiram a força ao indivíduo por acreditarem que os outros serão responsáveis pela sua sobrevivência emocional e material.

Mas quando a magia do universo une dois seres que realmente sentem esse Amor por si mesmos, pela vida e pelo parceiro, a Criação existe independentemente da forma como se manifesta (filhos, evolução individual em “projectos”conjuntos,etc).

E quando dois seres se unem em Amor desta forma, o propósito individual é elevado pela vibração da energia desse amor de um pelo outro e por consequência um propósito maior colectivo acontece de forma exponencial.

Isto sim é o que eu chamo um “casamento sagrado”: dois seres que conhecem e respeitam a sua verdadeira essência e a essência do seu parceiro e que criam uma campo vibracional de transformação à sua volta.

A própria definição de Romantismo como movimento artístico, político e filosófico, é uma visão do mundo centrada no indivíduo.

E aqui vou brincar com a expressão em inglês “fall in love” que tem de deixar de existir, porque quando esse estado de paixão existe pelos opostos o que acontece é um esgotar energético que leva à perda de muito de si mesmo, à eventual destruição do Ser, e passarmos a entrar em relações pelo “rise in love” que é elevar-nos pelo Amor em união.

E quando cada Ser percebe que a abundância existe desde que não existam termos de comparação, desde que o copo não esteja sempre a ser visto como meio cheio ou meio vazio em função do que tem ou não tem na sua vida, e que a verdadeira abundância é meramente uma questão de espírito é que passamos a ser capazes de ver a maravilha que temos dentro desse copo que somos, ou seja, cálices de Amor.

Querido leitor, pelo Amor e com Amor vos peço que se estão numa relação com base neste respeito pela individualidade e com o propósito do “rise in love”, vivam-na em real entrega.

Se não estão neste tipo de relação mas sim numa relação em que se sentem condicionados na vossa expressão e criação individual, comecem por ser verdadeiros e aumentem a quantidade e qualidade da comunicação com o vosso parceiro porque a mudança começa por si mesmo.

Se não estão numa relação, não a procurem! Quem nada precisa é quem realmente atrai o que realmente necessita!

Pelo Amor a si e ao Todo,

Idalina